sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Duas coisas e uma outra coisa


Coisa 1: Conversa de Pai para Filha:

Tudo começa na sexta-feira (da semana passada), às 22h30. Eu levanto da cama (desabei quando cheguei do trabalho). Não tem aula. Não tem ensaio. Vou pra cozinha. Todos já jantaram. E meu pai está lá, com uma lata de cerveja na mão. Uma conversa se inicia:

- Ô filha, quanto mais bem um jornalista ganha, mais ele corre risco de vida né?

Eu, sem muita empolgação e morrendo de preguiça de fazer qualquer coisa, faço cara de: ‘!?’

- É, eu tava vendo na TV, aqueles jornalistas que viajam, vão fazer matéria no exterior, eles ganham bem e tal, em compensação recebem todo tipo de ameaça e passam um monte de coisa ruim...

- Pai, eu num já falei que jornalista é o profissional que menos se aposenta?

- Por quê?

- Geralmente não dá tempo...

- Ah é? Ele morre antes né!?!

- É pai, eu já estudei sobre isso, jornalista é o profissional liberal que morre mais cedo...

-
Filha, vamo mudá de profissão? Ainda dá tempo... Por que tu não faz direito? Tu ia ajudar as pessoas do mesmo jeito e ainda poderia escrever. Pára com esse negócio, tu já aprendeu o que tinha pra aprender, tu já sabe escrever... Sabe que ainda dá tempo de mudar né??

Coisa 2: Conversa de msn num domingo antes do início das aulas:

GiselleXL diz:
vai pra aula amanham?
Chaves diz:
se eu melhorar acho que vou
GiselleXL diz:
Hum... acho q vou faltar a semana tda
Chaves diz:
Vixe, pq?
GiselleXL diz:
sei lá, to sem vontade
Chaves diz:
huehueheue
Chaves diz:
tu ein... qm diria kkkkkkk
Chaves diz:
pois eu to a fim de ir, minhas noites são tão monótonas sem aula ... kkkkkkk
GiselleXL diz:
qeria ser assim
Chaves diz:
heehuehue
Chaves diz:
é a saudade de vcs, do povo da sala, e dos profs... e vai ter gente nova ne? novo período
GiselleXL diz:
eu queria ser assim tbm ... kkkkkkkkkkkk
Chaves diz:
daí sempre dá aquele gotinho de novidade ... ehehhehe
GiselleXL diz:
to brincando, tbm to com saudade e to ansiosa pra ver o q teremos de novo...
GiselleXL diz:
mas será q vai ter aula mesmo?
Chaves diz:
Vai, parece que a greve furou, num vai ter mais
GiselleXL diz:
ai q droga
Chaves diz:
é o que muita gente me disse, muita gente mesmo
Chaves diz:
tu queria, é? kkkkkkkk
GiselleXL diz:
queria, pra ter mais tempo pra escrever, pra namorar, pra ensaiar com a minha banda!!!
GiselleXL diz:
pra viver e ser feliz!!!
GiselleXL diz:
ahuahuahuahuaha

A outra coisa: algumas observações:

De fato, as aulas tiveram início. Agora, eu tô no 5º período. Teoricamente, devo me sentir 50% jornalista, afinal, já passei da metade do curso. Na primeira semana (essa q passou), perdi apenas uma aula. E me empolguei. Leandro tem razão quando fala nas pessoas novas. A novidade, realmente, anima. Inclusive quando a novidade é voltar a ter aulas nas manhãs de sábado... (essa última frase é totalmente irônica, pode ter certeza!!!). Portanto, saiba que neste sábado, enquanto você estiver fazendo qualquer coisa que seja, eu estarei no mundo encantado da ufaclândia, estudando pra ser jornalista - e pra receber ameaças e morrer cedo. =)

sábado, 22 de setembro de 2007

Bonito (AM)

Queria escrever um texto bonito. Porque foi exatamente assim a minha viagem à terra dos Manaós. Eu não pisava lá há sete anos. Verdade, muita coisa mudou. A família está maior e mais ‘forte’ (é que a família é da pesada mesmo, não é à toa que eu até me senti mais à vontade...).

Fios brancos, mais pele no rosto, e a alegria que sempre esteve presente. Porque família é família pra sempre. Uns fazem lanche; outros fazem simulados na escola; outros cuidam de flores; outros jogam bola na beira da piscina e outros acampam (e foi nessa vibe qeu entrei).

Vi prima que não via há uns 14 anos... Hoje ela é mãe, professora de história e artes e um dia desses utilizou alguns dos meus 'zines' em sala de aula. Legal né? É claro que tem sempre aquela história: “nossa, como cresceu essa menina... Essa é a Giselle? Nossa, eu to ficando velho(a) mesmo...” Ah, mas eu também tive essa sensação quando vi os mais novos...

Mas enfim, revisto todos os familiares e depois de sentir o clima de velhice no ar, fui me aventurar em coisas inéditas na minha vida (há, eu gosto de falar isso, dá um ar de mistério... hohoho).

Primeiro, fui num show de rock lá no Porão do Alemão (a banda era uma cover do Guns), e ‘meu deus du céu’, era um ‘esfrega-esfrega’ danado, o local era até espaçoso, mas tava lotaaaaaaaaado, tipo a Excalibur aos domingos (eu acho...).

Depois de muita energia gasta, fui recuperá-la (só na ilusão) na estrada, a caminho de Presidente Figueiredo. Acampei por duas noites. Tomei banho de cachoeira, de igarapé, dormi em colchonete, tomei banho à noite, à luz de velas, debaixo de um céu estrelado lindo (que despejou um pé-d’água muito doido na primeira noite).

Por dois dias eu acordei me sentindo dentro de uma estufa, ao som de passarinhos e ‘zíperes’ (das barracas). Andei no mato, pisei na grama, levei ‘pisa’ de formiga e mosquito. Tive que aprender a escovar o dente em pé, sem se molhar. (Isso é ridículo, mas eu tava à procura de uma pia, ora bolas). Conheci pessoas novas (a maioria de São Paulo), experimentei bebidas e comidas novas também (ovo de coruja?).

Cantei Raul Seixas e Engenheiros do Hawai na estrada. Cantei Iron Maiden no acampamento (sim, tinha metaleiro lá). Conversei sobre música, profissão e vida. Tomei café pão, almocei pão e jantei pão. Brinquei de saber tocar violão, jogar dominó e aprendi o ‘Jogo do Bicho’ (Boto bebe?!).

Apareci na Aparecida. E na varanda de azulejo. Andei pelos corredores de arquitetura antiga e debaixo dum sol quente - e ponha quente nisso. Brinquei de tiro-ao-alvo em 'flyperama' Também fui pra show de reggae num almirante que dava pro rio de águas negras.

E eu acho tão bonito ver as pessoas revendo as outras. Visitei a antiga casa do meu pai, onde hoje moram uma tia, duas primas e o esposo e filho de uma delas. Numa das salas, lá em cima do armário, ainda havia alguns objetos do meu pai. E lá vai ele subir numa cadeira, pegar aquela pasta cheia de poeira e olhar o que ficou por tanto tempo guardado... Na casa das outras tias, o cheiro é de biscoito. Porque quem vai ou vem de Manaus precisa ir lá pegar uma lata de biscoito e me trazer. São os biscoitos da tia ‘Mazile’.

A conversa é estranha. A gente quer matar a saudade. Mas a gente nunca conviveu junto. A gente quer perguntar sobre a vida de cada um. Mas a gente não se conhece muito bem. Só que a gente sabe quem cada um é. E nós somos uma família. E é isso que importa.

E eu fico pensando: se um dia acontecer deu ir embora e voltar pra visitar a minha família no Acre? Acho que vai ser meio sem graça. Sei lá, eu só tenho uma tia e alguns tios com pouquíssimos filhos. Provavelmente, todos serão magros e caberão numa mesma sala. Isso só reforça a minha idéia de que nasci na época errada e que já deveria estar curtindo a minha terceira idade. Hunf.

Só uma coisa me fez infeliz: Eu, na minha correria ignorante, não peguei o número da minha grande amiga Becky, que mora lá... E então, não pude revê-la. E só eu sei o quanto isso é triste.

Mas, tirando isso, eu posso resumir: O melhor fim de semana no Amazonas! (Viu, primo Babu??!! O Melhor!).

Obs: Essa atualização tá meio desatualizada (eu sei), afinal, a viagem foi no início de setembro. Mas eu não iria sossegar enquanto nao escrevesse sobre ela. De qualquer forma, deixo aqui outros dois blogs (na tentativa de justificar a minha ausência nesse aqui)...
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