sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Verbaneios

Aceita?

Ser a minha segunda pessoa?
O sujeito do meu tu?
A parceria para o meu nós?

Isso tudo tem a medida tua.
(é) Per-fei-to.

Hoje é apenas sexta-feira, e o meu céu tem cor definida



"...e eu sinto muito, por muito sentir...(LP)"

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

escolinha

Tarefa de Casa que Luis Guilherme, 7 anos, apresentou após o primeiro dia de aula:

RESPONDA:

O que te deixa feliz?

R - Um abraço.

O que te deixa triste?
R - Cebola.






“Cebola faz as pessoas chorarem”
Luis Guilherme é sobrinho do Ulisses, quem me contou a historinha.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

As arrumações, o medo das necessidades futuras e os "as vezes": Tipo corrimão

Divagando entre receios e alguns desejos. O quarto aparenta mais arrumado do que o de costume. A vontade é quase enorme de escrever qualquer coisa sobre alguma coisa qualquer. Ainda não sei explicar a sistemática que uso para organizar livros na estante. Não é por temática, autor ou editora. É quase por tamanho. A preferência é deixar tudo misturado mesmo. Perceber de cara aquela variedade de estilos me deixa feliz. É óbvio que a monotonia e a repetição me cansam. Organizei as revistas em pastas diferenciadas. Descobri – entre outras coisas – cadernos e rascunhos do primeiro ano do segundo grau – principalmente os de química, que eram os mais organizados. E continuei guardando pra caso um dia precisar. Não queria temer as supostas necessidades futuras. Nada será meu pra sempre. Nem as minhas peças de roupa mais íntimas. Vida imbecil essa. Como a música do Pato Fu. Alguém aí gosta de Pato Fu? Eu acho meio sem graça. Insosso. Mas às vezes eu gosto de ouvir. Como agora. Quando me sinto assim, meio sem graça e insossa. Às vezes eu gosto do que não gosto e não gosto do que eu gosto. Às vezes, quase sempre, eu queria me livrar definitivamente do meu “às vezes”. É um termo fácil demais. Tipo corrimão.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

"a vida é tão rara"

A mãe da secretária faleceu ontem. De morte natural. De velhice da vida. Morreu sem dor. Devagar, mas morreu simples. Hoje, minha mãe, na cozinha, apressa a comida ouvindo músicas interessantes. Eu vou lá e pergunto: “Isso é Rita Lee?”. Ela ri e responde seco: “Secos e Molhados”. Ela também já cozinha o jantar, já que vai sair pra trabalhar à tarde. No fogão, a sopa de lentinha do ano novo espalha o cheiro pela casa. E eu busco, inutilmente, em algum lugar, uma frase qualquer pra postar aqui. E desisto pra falar da desistência da vida e quase desistir dela também.