domingo, 24 de outubro de 2010

silencio


... um estrangeiro passageiro de algum trem.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ficção

Agora eu escrevo realidades: AQUI.
Amigos, seguidores, leitores, anônimos, inominados, nomeados e nominados do meu coração. Venho por meio deste, avisar que a vida tem acontecido com maior vigor aqui: Confraria dos Últimos Românticos. Lá, estou tentando alguma intensidade fictícia mais real, recheada de algumas desvirtualidades de outrora, sobre aquilo que nos move e nos remove de si e de qualquer outro universo: o amor. Histórias, contos, causos, descasos e outras decepções alheias e esperançosas.

Quanto a este blog de cá, dói-me vê-lo se amontoar pelos entulhos de lixo eletrônico perdido por esse mundão de meu Deus. Ah, que vontade de ficar aqui por mais um instante! Até que tenho planos, minha gente! Será que é suficiente me justificar por conta do tempo? É que mudei de vida, de casa, de trabalho, e me perdi um pouco de mim. Ou tenho me achado um pouco mais (o que me torna ainda mais perdida).

Quero novas cores, tons e versos. Novos enredos e personagens. (E, quem sabe, até outro instrumento pra tocar). O momento me exige um novo nome, slogan e design. A busca é aquela mesma busca interminável de sempre: a busca por alguma coisa para buscar, a fim de acalmar o espírito, o coração, a mente e sei lá o quê.

E vamos cantar que a vida é bela!

Ah, há também alguns devaneios desconexos aqui: @gisellexl, via twitter.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

teatro dos perdões

O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance

Enquanto houver amor, amor, haverá vida. E eu estarei a te esperar. Há dias que eu coloco o som alto para não ouvir meus pensamentos. Meus auto-insultos e auto-reprovações. Porque, você sabe, eu me odeio. Vejo todo um mosaico de pequenas mentirinhas. Mas quando há você, há algo de verdade, algo de sonho que é realidade. Algo que motiva e impulsiona. Quero o Benjamin, o Bento e o Dante. O João, quem sabe. A Naima não me cativou. Mas por você, amor, tudo é cativo. Tudo é ordem e motivo. Mudou minhas leis, os giros do meu mundo (que estava quase parando, como num Eclipse). Me ouviu. Me olha com amor. Eu acredito e sempre acreditarei. Não há nada e nem ninguém de amor tão singelo, tanto, que deixa escolher e ser um ser assim tão... (de textos incompletos e meio alheios ao que é ou não de interior)


Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...


E eu escolho ser uma mulher do meu tempo. Uma mulher que tem a idade que tem. De uns vinte e poucos anos. De umas infantilidades sem nome exato. Umas incertezas incertas. E uns sonhos abstratos. Às vezes, desejo que maturidade viesse numa embalagem plástica, que a gente comprasse na farmácia da esquina, como compra Neosaldina (minha grande companheira de guerra). E tomaria, sim, doses extras para entender que maturidade é, apenas, ver que as coisas não precisam ser tão perfeitas. Elas são o que são. E é só isso o que precisam ser. “O mundo é feito para os que não pensam. Os inteligentes só se ferram”.

Não sou perfeito...
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber

Mas eu serei uma mulher do meu tempo. Da idade que tem. Nem madura, nem infantil. Nem démodé, contemporânea ou pós-moderna. Apenas uma mulher que acredita na certeza do amor eterno. E assume riscos. Eu assumo os riscos. E sou uma mulher realizada: fui à África, não fiz um passeio de balão, não nadei por entre tubarões brancos nem vi manada de elefantes bebendo água. Mas sou uma mulher realizada. E isso se deve às minhas crenças. Às chances acumuladas que me dou para (não) errar. Amo porque posso e sou capaz. O alvo e a artilharia já estão entregues. Mas, nin-guém-con-se-gue-per-ce-ber...

E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...

*Em destaque trechos de Teatro dos Vampiros - Renato Russo

terça-feira, 1 de junho de 2010

Havia você e o rio

Querem saber / Como é estar aqui / Lembrar e esquecer / Como sobrevivi
Querem saber Se já me sinto bem / Eu digo: melhor...
(Me explica)


Fale-me de Sabino e Pessoa, enquanto me embriago de saudade. “Amava os circos, os palhaços e as prostitutas, os bêbados, os mendigos e os poetas”. Eu também os amo. Todos. E preciso, a cada dia, de uma dose de arte da rua. Daquela que se vende em cada esquina e própria para o consumo imediato. Fale-me de Sabino e Pessoa, enquanto eu construo casos e descasos e projeto outros contos (de bruxas e fadas). E tudo entra num ritmo singelo de viver. Vou num leilão, ainda não na missa. O pedido ainda não foi atendido. A promessa fica pra depois. Eu me embriago de falta de espaço, do show que esgota o ingresso, do filme que já saiu de cartaz. Corre. Anda. Pensa menos. (Descubro outros prazeres de quando a mente fica em silêncio). Fale-me de Sabino e Pessoa. Drummond, às vezes, pode ser. Lispector está um tanto distante (ainda bem), Veríssimo, nunca mais. As mandalas passeiam por entre outras mãos, e por outros dedos, ganham outros tons (e ritmos). Nunca mais aquele quadro em branco. (Não tenho lápis de cor). Fale-me de Sabino e Pessoa. Daquele que nasceu homem e morreu menino. Daquele anônimo dos heterônimos. Me embriago de paciência. Ubuntu, Windows, das coisas que destoam. Neruda existe. Mas ainda não aqui. Werneck publicou a coletânea de crônicas que se tornaram as minhas preferidas (me mostrou um mundo possível). Ele esteve aqui, dia desses. Não o vi. Devia ao menos agradecer. Devia também, dizer a Galdino, um obrigado por aquela música que povoou alguma ausência. Eu também diria isso a Alanis. (Minha professorinha de inglês). Desculpa, mas às vezes, eu literalmente transbordo nas conversas. Eu olho, mas não escuto. Portanto, fale-me de Sabino e Pessoa (vêm, em anexo, porções de alegrias disfarçadas de doce de leite e algodão). Falando nisso, preciso de mais alface, yoga e ameixas.

na verdade continuo sob a mesma condição / distraindo a verdade, enganando o coração (Antes que seja tarde).

quarta-feira, 28 de abril de 2010

reflexos, impressões e outros 'enganos'


Os dias passam rápidos. Mas passam mais rápidos ainda para os que correm. Há árvores de todas as cores nas ruas de Belo Horizonte. Dias e noites são extremamente barulhentos. E nós também somos feitos de silêncios; de preto no branco. Novamente, suspeito que esteja fazendo o caminho inverso. Mas dessa vez, não terei pressa pra ter certeza. Afinal, as certezas também mudam com o tempo, assim como o certo, que também é extremamente perecível. E eu sou a favor das impressões, dos reflexos e outros enganos. Não ouso arriscar o meu prazo de partida. Se viver é que não é preciso, talvez eu nem tenha navegado ou voado tanto, mas sinto, apenas, minhas satisfações cada vez mais inocentes, afinal, eu não prezo mais pela auto-suficiência ou por honrar histórias do quadrinho anterior. Escolho o jogo cuja regra é deixar a vida afetar por não haver outra opção além do permitir. É fácil viver momentos inesquecíveis e esquecê-los. Há algo em mim mais forte que sentimento, que transforma saudade em derivado do verbo pensar. Se uma pergunta é que responde a outra, apenas longe delas é que entendo as magias amazônicas, as manias de sinceridade com si próprio. As pessoas se benzem frente às igrejas – e até aos santos desconhecidos – como num coral regido pela fé. Em Belzonte, pensamentos caminham n’outro tempo. No tempo em que se torna coletivo o que era de um sujeito só. Mas tudo é óbvio, mesmo que surpreendente. (Neste caso, a recíproca é verdadeira). A lei de agora é morrer de rir. E, se for pra chorar, que seja junto, quando meu apelo se recobre pelo “Nada além do que satisfaz”... Enquanto isso, acordes Chicopopianos voltam a soar.

“Ah, como ela sabe quanta tristeza cabe numa solidão...”

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um novo tempo


Um novo lar

É preciso ter espaço para O sentir, sem julgar, sem condenar. O sentir que não se explica, que não se compreende, que é irracional e burro. Peço desculpas, sim, e me volto a um mundinho de máscaras e fantasias. Desapego e desprendimento: essas seriam as palavras, as senhas de entrada.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

conclusão

eu sou mesmo uma insuportável. se todas as atitudes se estampam na cara ao longo do tempo, devo ter meio-mundo de lágrimas covardes fazendo piadas sem-graça; uma constelação de palavras que jogam cartas trocando piscadelas falsas e algumas infinitas cenas em câmera lenta com o botão do replay travado: eu as revejo, dia e noite. Ah, se eu soubesse simplesmente como deixar ser... Ah, se o choro não fosse simplesmente engolido como um paracetamol que me dá alergia. Se eu soubesse o segredo de deixar o abraço se abrir. E que inveja eu tenho dos que simplesmente falam; dos que traduzem o que se passa por dentro, dominando frases, situações, organizando pensamentos. E por favor, não me diga que tenho sorte, que sou bonita, talentosa ou coisas do tipo. Seria conveniente apenas às prostitutas (o que somos, uma vez na vida, somos, e com prazer). Além disso, meu amigo, são fatores que se perdem com o tempo. E ajudam na conquista somente do inútil, do que pouco me importa, então, só me vem a atrapalhar. Eu vejo aí uma velhice turbulenta. Ou a maturidade só piora tudo ou estou fazendo o caminho inverso. A cada dia tudo fica mais difícil, complicado e sem graça. As relações, as comunicações. E me vejo me perdendo, perdendo o que tanto tento cativar... Já não faço questão de orgulhar a ninguém (porque um dia eu fiz, e consegui, e hoje não faz a menor diferença). Dessas virtudes que atraem mau-gosto, eu tenho coleções. Os interesses, as conveniências, deixam tudo superficial, que é temporário, não-verdadeiro, falso, mentiroso... Que é traidor e rasteiro. Se eu demoro para perceber, ou se simplesmente não percebo. É porque eu acredito, ou acreditei, ou acreditava.


"Ela é quase tudo o que sonhei
E eu sou quase aquilo que sempre evitei
E falhei, sim, falhei"
(Quase, Pato Fu)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vida daninha


Mofou. Perdi uma caixa inteira de colares, porque simplesmente mofou. Foi tudo direto pro lixo. E, amigos (em especial as amigas) concordem comigo: não é fácil jogar uma caixinha inteirinha de colares no lixo. Foi-se. Peças de sementes (as jóias da Amazônia) têm essa desvantagem.


E aí eu percebi que tudo, até o meu blog, já estava sendo afetado por (minha) vida daninha: espontânea, caracterizada por uma inconveniência às vezes necessária; com grande poder de (rápida) adaptação e estruturas para dispersão. Fui à África, voltei, o ano se passou, e nada de post novo. Minha gente, a vida agora é outra.

Meu intercâmbio foi como o previsto: surpreendente! Foram as quatro semanas mais parecidas com quatro dias que alguém poderia viver. E eu nem deveria ousar descrevê-lo, unicamente pelo clichê de não ter palavras.


Tenho medo porque sei que, de qualquer forma, eu vou reduzir, diminuir, simplificar uma das maiores aventuras e emoções que já vivi: as diferenças, as semelhanças, as novidades, os mistérios, e eu acompanhada apenas da minha ansiedade e fé. Uma língua nova, um país novo. Um outro continente, uma outra cultura, uma outra casa, uma outra família (de amigos, de companheiros, de tudo).

Não fiz todos os passeios que desejei (safáris, mergulhos, vôos...), afinal, o turismo ficou mesmo em segundo plano. O intercâmbio foi pra estudar inglês e, diga-se de passagem, viajar, mudar, sair, literalmente. Não apenas encontrei ou conheci novas pessoas, mas convivi com gente de vários lugares do mundo: Rússia, Alemanha, Arábia Saudita, Japão, Coréia do Sul, Turquia, França, Itália, Peru, Colômbia, Angola, Zimbábue... E, claro, muitos brasileiros!

Pessoas diferentes, com outros estilos de vida, outros costumes e noções de mundo, todas em situação semelhante (na mesma cidade, na mesma escola) e com o mesmo objetivo: aprender inglês e ter outras experiências de vida; crescer; aumentar o leque de possibilidades; se conhecer; renovar o acervo de perguntas e encontrar respostas mais claras: “é possível” – foi a que eu encontrei.
A África do Sul, Cape Town, certamente foi uma ótima escolha, rápida e sem muita reflexão. Eu a escolheria novamente.

A pessoa é mesmo coisa fascinante. Dentro de todas as suas diferenças, crenças, contradições e defeitos. A pessoa é mesmo coisa fascinante. O que destrói é mesmo a falta de verbo, de comunicar. E conhecer – renovar – e tentar entender tem sido meu esporte favorito.



Fotos: Todas elas de lá!