E tem mais: meu irmão me dizia para não engolir chiclete porque ele poderia fazer o meu coração grudar na parede do meu corpo durante essas batidas. Então, meu coração iria parar e eu iria morrer. Pois sem coração ninguém vive. É verdade, assim como ninguém vive sem pulmão, rim, fígado... Não é? Então poderíamos escrever um bilhetinho de amor e, em vez de desenhar um coraçãozinho, por que não um pulmãozinho?
Eu não sei se é físico ou psicológico. Mas quando eu sinto uma emoção forte, sinto que algo atinge o meu coração mesmo, de verdade. É como se alguém o pegasse e o espremesse bem forte com a mão. Ou como se ele fosse alfinetado com bastante força, mas não chegasse a furar.
Eu costumo sentir isso quando as borboletas voam loucamente atrás de mim. Mas essa é uma situação irrelevante. Porque eu sinto isso mesmo é quando recebo uma notícia triste, ouço o que não quero, sei lá. Vai direto pro coração, como se alguém tivesse um bonequinho de Vodoo e bem naquele momento espetasse o coitado do meu órgão responsável pela oxigenação e circulação do meu sangue.
Bem, eu devo ter faltado a alguma aula de biologia. Eu queria saber mesmo se é normal sentir essa dorzinha chata no coração quando a gente se depara com alguma situaçãozinha nada agradável ou com algo muitissímamente bom. Vai que eu esteja tendo um ataque cardíaco e nem sei...? Ou então, que é uma coisa absolutamente normal, que eu deveria estar mais do que acostumada e nem deveria estar perdendo meu tempo falando nisso...?
Ah, deixa pra lá. Afinal, essas coisas do coração não se explicam mesmo...