Que conversa é essa? De palavras às vezes irreais e sem sentido. Não que seja falta de compreensão, é apenas um outro olhar de olhos que nem sei se valem a pena perseguir. Ser sem sentido se traduz por ser sem motivo. Ou sem motivos. Invisíveis e presentes apenas em algumas canções sem melodia.
Enquanto eu tomo rumo e escolho as expressões uma a uma, o mal vem no caminho, pelos lados que eu nem quero ver e pra isso preciso fingir não ser eu mesma. Mesmo tendo coragem, agora.
Construo as histórias e seus personagens. Não sei se é isso o que importa, mas creio estar fazendo o meu papel ou parte dele. Num certo momento, vejo que é grosseiro explicar e detalhar tudo. Primeiro irrita à mim.
Enquanto eu tomo rumo e escolho as expressões uma a uma, o mal vem no caminho, pelos lados que eu nem quero ver e pra isso preciso fingir não ser eu mesma. Mesmo tendo coragem, agora.
Construo as histórias e seus personagens. Não sei se é isso o que importa, mas creio estar fazendo o meu papel ou parte dele. Num certo momento, vejo que é grosseiro explicar e detalhar tudo. Primeiro irrita à mim.
"E agora?"
Eu até tenho o que falar e sei o que deve ser dito. Até imagino o que vou ouvir - porque eu já falei, um dia. Fica tão claro que chego a fechar os olhos. É quando prefiro voltar às minhas entrelinhas de pontos meio marginais.
É que na hora da tradução eu mudo tudo, mesmo sendo com um sorriso discreto no canto da boca. Mesmo sendo com o desvio do olhar pra um lado qualquer, assim, de propósito e mal-criado.
E então me contento com a sensação de continuar com os pés um do lado do outro, sem passo pra nenhum lugar. Onde o outro é apenas o outro. O Outro-outro, no caso o Eu, é que complica, confunde, não resolve, não esquece, não atura, se arrepende.
No momento de deixar os olhos molhadinhos e se recolher, um passarinho canta um canto num estilo de desencanto. Porque o recolhimento tem lá o seu glamour e as suas funções indispensáveis, vitais.
É que na hora da tradução eu mudo tudo, mesmo sendo com um sorriso discreto no canto da boca. Mesmo sendo com o desvio do olhar pra um lado qualquer, assim, de propósito e mal-criado.
E então me contento com a sensação de continuar com os pés um do lado do outro, sem passo pra nenhum lugar. Onde o outro é apenas o outro. O Outro-outro, no caso o Eu, é que complica, confunde, não resolve, não esquece, não atura, se arrepende.
No momento de deixar os olhos molhadinhos e se recolher, um passarinho canta um canto num estilo de desencanto. Porque o recolhimento tem lá o seu glamour e as suas funções indispensáveis, vitais.
E eu me pergunto: "Quando?"
Conto os dias, espero pelo que sei que vou querer jogar no lixo na maioria das horas. Mas me convenço do contrário. Já não disse que o Eu é que complica? Pois é. Procuro o mercado dos controles, preciso dum que funcione para pensamentos.
Conto os dias, espero pelo que sei que vou querer jogar no lixo na maioria das horas. Mas me convenço do contrário. Já não disse que o Eu é que complica? Pois é. Procuro o mercado dos controles, preciso dum que funcione para pensamentos.
*Foto: [eu que fiz\o/] monólogo "Carta de Um Pirata", pela primeira vez em Rio Branco, se não me engano, em 2005.
6 comentários:
Muuuuiito bom o monólogo.E que monólogo!
mãozinha
hehee
=****
Giselle Reix!
piadinha totalmente previsível.
muito bom o monólogo.
Muito Excelente,...
Eu também assisti quando veio. Concordo com a Kaline, ui!
=* beijooooooooooo
engraçado como eu sempre fico esperando a hora de jogar certas coisas fora, mas quando essa hora chega, eu desisto na primeira oportunidade. virginiano, saca?
controles? 'não há, não há, não há'
quem dera existissem, mas aí a vida seria sem graça! ;*
Tu n atualiza mais n égua?
Agora eu n sou mais rebelde, meu blog comenta! Uhhhhhhh
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