terça-feira, 18 de novembro de 2008
Lei de Murphy, eu e minha centrífuga (e um suco super exótico)
Era uma linda manhã de domingo quando descobri que Murphy tinha razão, e que o meu distanciamento da cozinha não é por questões ideológicas, políticas, sociais ou feministas. É simplesmente por falta de habilidade, técnica e entendimento de como as coisas lá acontecem. Eu tento e me esforço, até confesso que ter uma aptidão culinária é – assim, meio interno – um desejo particular.
E numa linda manhã de domingo, eu resolvi fazer um supersuco na minha centrífuga nova. É, apesar da minha não intimidade com a cozinha, eu ganhei uma centrífuga. Agora coleciono inúmeras receitas de sucos exóticos. Então, nada melhor do que uma manhã de domingo para se testar uma.
É claro que a maioria das frutas já fica devidamente descascada e guardada dentro da geladeira para que a bunitinha aqui possa utilizar. E naquele dia, enquanto minha mãe cortava a melancia e o abacaxi, eu escolhia a receita que iria fazer. Certamente, a dificuldade já começa aí. Quem me conhece sabe que eu tenho uma destreza incrível em ter dúvidas. É que eu penso em todas as possibilidades e analiso cada uma delas. E isso já me rouba um bom tempo, me tortura, me deixa aflita, me dói.
Nesse meio tempo, minha mãe me deu a notícia de que naquele domingo, iríamos almoçar num rodízio de carne. O que não haveria problema nenhum se na minha atual fase vida, freqüentar rodízios estivesse totalmente fora de cogitação. Decidi não ir. E não tinha problema, afinal, eu aproveitaria a manhã de domingo pra fazer um café-da-manhã caprichado, e se sentisse fome na hora do almoço, poderia fazer algo (aproveitando que estaria sozinha em casa).
Bem, escolhi o suco que levava abacaxi, limão e pêssego. Separei a quantidade. Descasquei o limão e os pêssegos (é claro que estes não estavam cortados). E lá fui eu, toda cheia de si, preparar um supersuco na minha centrífuga. Ah, e antes disso eu tinha visto na revista de receitas de sucos, que a minha centrífuga é uma das mais caras, potentes, práticas. Eu sou mesmo muito chique! Tudo bem que, na verdade, acho que a praticidade não veio junto, ficou na loja. Mas, beleza, já era o suficiente pra eu oferecer um cuidado redobrado eu meu brinquedinho.
Giselle e a cozinha - Parte 1:
1. Colocar o limão
- centrífuga: trhumm.
2. Colocar as duas fatias de abacaxi cortadas em quatro partes
- centrífuga: trhumm.
3. Colocar os dois pêssegos.
- centrífuga: trhumm... tipufundagemaohsboieurfownffapoghf..
(...)
Na hora de colocar os pêssegos, a centrífuga fez um barulho horrendo! Imediatamente minha mãe me perguntou o que havia sido aquilo, eu disse a verdade, ora, foram os pêssegos! - Tu tirou o caroço?, ela me perguntou. - Hãm? Mas que caroço?, eu respondi... Meu pai também foi saber o que tinha sido aquela barulheira. Ah, fala sério, como eu ia adivinhar que pêssego tem caroço?
Giselle e a cozinha parte 2:
É claro que eu fiquei com um peso enorme na consciência por não oferecer à centrífuga – cujo tipo é um dos mais caros - o cuidado necessário. Mas sorte a minha de não trabalhar numa lanchonete e ser assim, uma burguesinha um tanto mimada (rsrsrs). Bom, então o meu suco estava lá na super-jarra separadora de espuma. E eu tive a idéia de colocá-la no congelador enquanto preparava o que ia comer e limpava a centrífuga. Deixei a jarra lá, no meio de mais um monte de coisa, dentro do congelador. Assim, o suco ficaria geladinho. Coloquei uns pãezinhos pra torrar (na minha torradeira super-moderna, tipo aquelas de televisão, que em poucos segundos joga o pão pra cima bem torradinho...) e enquanto isso lavei a centrífuga. A bicha é enorme, tem um monte de peça, e é preciso lavar, secar e guardar imediatamente, porque ocupa um espaço danado na pia. E fiz isso também porque eu sou até um tanto obediente e não gosto de deixar (muita) louça suja na pia.
Tudo ok e eu já toda orgulhosa por ter preparado um super café-da-manhã para uma linda manhã de domingo. As torradinhas prontas, com direito a queijinho e outros temperinhos más. E lá vou eu pegar o meu supersuco de abacaxi, pêssego e limão no congelador, guardado na minha super jarra separadora de espuma, até que... Gente, quando eu abro o congelador... Adivinha o que aconteceu? Putz, dá vontade de chorar só de lembrar... Eu não sei o que houve, a jarra virou e derramou todo o suco. Pior, o suco derramou e sujou toda – TODA – ALL – 100% - a geladeira.
É claro que eu soltei um “PUTAQUEPARIU!, baixinho, óbvio. É que depois da barulheira com a centrífuga, nada mais poderia dar errado em menos de 20 minutos.
Bem, então lá vai eu limpar aquela porquêra. Estava tudo sujo, de cima até embaixo. O suco escorreu na parte de dentro e de fora, até o chão. Sujou, inclusive, aquela bandejinha de ovos que, ironicamente, estava cheia de ovo. Puxa vida, era uma linda manhã de domingo...
No fim das contas, eu não tomei o suco que eu fiz na minha super centrífuga nova. Meu super-café-da-manhã-de-uma-linda-manhã-de-domingo se resumiu em umas torradinhas frias e sem graça, acompanhadas por um suco de laranja de caixinha, temperado com a tristeza de que o almoço iria ser num rodízio e que eu havia decidido e anunciado - na maior empolgação - que ficaria em casa e prepararia minha própria comida.
Ah, a primeira parte eu cumpri conforme o que havia dito – não fui pro rodízio (sim, meu orgulho fala mais alto) Já a segunda parte, bem, umas bolachinhas e mais um pouco do suco de caixinha deram conta do recado.
Oh, vida!
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
repensando
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Everywhere I go ...
sábado, 18 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Meme
O convite veio da minha amiga que eu morro de saudade e que tem uma creparia (morram de inveja, mas eu sou amiga da dona da única creparia da cidade, urrul!) a Jann.
*Quatro trabalhos que tive em minha vida:
Bem, trabalho eu já tive muito, mas emprego só três, e todos relacionados ao jornalismo: jornal Gabarito, Página 20 e o atual: Assessoria de Comunicação da FGB (Ah, e eu também já consegui uma grana vendendo biscoitos caseiros lá na minha rua... hehehe). E minha carteira de trabalho é branquinha não sei pq. =(
* Quatro lugares em que vivi:
Sempre morei em Rio Branco.
* Quatro Programas de tv que assistia quando criança:
Castelo Ra-tim-bum, O Fantástico Mundo de Bob, BeetleJuice e Carrocel (só programa infantil, ora).
* Quatro programas de tv que assisto:
Eu só assisto o que passa na Tv das 6h50 às 7h20 da manhã. Eu não tenho nada contra, até queria, mas que simplesmente eu não consigo assistir mais que isso =/
* Quatro lugares em que estive e voltaria:
Natal, São Paulo, Manaus e Brasília
* Quatro formas diferente que me chamam:
équis-éle, XL, Giba, Gii.
* Quatro pessoas q te mandam correios quase todos os dias:
O Tio Gil, lá do Rio (me manda uns 20 emails por dia), o meu namorado (:*), a Eurilinda e a Dani (Swásthya Yôga)
* Quatro comidas favoritas:
Pô, só quatro??? Chocolate branco, chocolate preto, chocolate crocante e musse de chocolate. É comida não?? Então tá: Pizza, estrogonofe, peixe assado e macarrão (de preferência um 'iaquissoba').
* Quatro lugares em que gostaria de estar agora:
Numa casa no campo ou numa praia. (qualquer um desses dois tava bom já).
* Quatro coisas que espero que esse ano eu possa:
Rapaz, agora o bixo pegô. Eu quero tanta coisa, mas ao mesmo tempo quase nada. Vamo falar disso não, senão eu entro em crise... hahaha.
* Quatro amigos para responder:
Toma esse pepino pra ti: Irlla Narel, Jujubinha, Arthur e Mvneves.
xP
sábado, 20 de setembro de 2008
sobre o fim

Nossas histórias e casos terminam e recomeçam a cada dia, exatamente assim, diária e cotidianamente. Temos então a oportunidade de mudar os personagens e escolher um outro enredo. Há pessoas que não entendem isso e não percebem que morrer um pouquinho, às vezes, para nascer novamente, é essencial. É quando a gente olha e diz: “eu já vi essa história acontecer uma vez” e resolve abandonar o barco não por covardia, mas simplesmente por entender que já é hora de mudar, que não é preciso viver e reviver as mesmas tramas e finais. A mesmice, afinal, é muito chata. Já perdi as contas de quantas vezes isso já aconteceu comigo. Já pulei do barco, já enterrei capítulos e refiz personagens. Não é preciso trocar de nome ou endereço. Escolher outra fonte para a fé já é suficiente.
sábado, 13 de setembro de 2008
Um começo
Era algo entre nervosismo e ansiedade.
Logo, umas nuvenzinhas lá no alto trouxeram um ventinho bom. Forte demais até.
"Vai vir um temporal", eu escutei.
Mas não demorou pro vento se acalmar e tudo ficar mais tranqüilo, inclusive eu.
Acho que foi uma boa recepção.
Só para registrar: começo hoje uma história de (a)Ventura.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Lembranças do quê?
.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Bianca por entre os dedos
E ele o lia por entre a multidão quase invisível aos seus olhos discretos e interessantes. Ela era capaz de notar e imaginar cada vida, cada história, cada medo e cada sonho que lhe rodeavam. Bianca era esperta ao que acontecia à sua volta. Eram raras as vezes em que se pegava se sentindo só. Ela olhava pés e andares, mãos e gestos, bocas e verbos. E ela os lia como quem desvendasse uma selva num jogo de videogame, e sempre ganhava.
E ele, ao contrário, fechava-se nas entrelinhas de um outro mundo. Aparentemente, alheio ao de Bianca. Mas não havia problema algum. Era isso o que Bianca queria. Ela queria as cartas. As cartas anônimas sabe-se lá se enviadas ou recebidas. Bianca se satisfazia com o impopular, impróprio e improvável. A vitória era essa afinal, e não escaparia pelas entrelinhas dos seus dedos.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
meios
segunda-feira, 21 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
monólogo. é. que. complica. [?]

Enquanto eu tomo rumo e escolho as expressões uma a uma, o mal vem no caminho, pelos lados que eu nem quero ver e pra isso preciso fingir não ser eu mesma. Mesmo tendo coragem, agora.
Construo as histórias e seus personagens. Não sei se é isso o que importa, mas creio estar fazendo o meu papel ou parte dele. Num certo momento, vejo que é grosseiro explicar e detalhar tudo. Primeiro irrita à mim.
É que na hora da tradução eu mudo tudo, mesmo sendo com um sorriso discreto no canto da boca. Mesmo sendo com o desvio do olhar pra um lado qualquer, assim, de propósito e mal-criado.
E então me contento com a sensação de continuar com os pés um do lado do outro, sem passo pra nenhum lugar. Onde o outro é apenas o outro. O Outro-outro, no caso o Eu, é que complica, confunde, não resolve, não esquece, não atura, se arrepende.
No momento de deixar os olhos molhadinhos e se recolher, um passarinho canta um canto num estilo de desencanto. Porque o recolhimento tem lá o seu glamour e as suas funções indispensáveis, vitais.
Conto os dias, espero pelo que sei que vou querer jogar no lixo na maioria das horas. Mas me convenço do contrário. Já não disse que o Eu é que complica? Pois é. Procuro o mercado dos controles, preciso dum que funcione para pensamentos.
*Foto: [eu que fiz\o/] monólogo "Carta de Um Pirata", pela primeira vez em Rio Branco, se não me engano, em 2005.
sábado, 7 de junho de 2008
São coisas do coração
E tem mais: meu irmão me dizia para não engolir chiclete porque ele poderia fazer o meu coração grudar na parede do meu corpo durante essas batidas. Então, meu coração iria parar e eu iria morrer. Pois sem coração ninguém vive. É verdade, assim como ninguém vive sem pulmão, rim, fígado... Não é? Então poderíamos escrever um bilhetinho de amor e, em vez de desenhar um coraçãozinho, por que não um pulmãozinho?
Eu não sei se é físico ou psicológico. Mas quando eu sinto uma emoção forte, sinto que algo atinge o meu coração mesmo, de verdade. É como se alguém o pegasse e o espremesse bem forte com a mão. Ou como se ele fosse alfinetado com bastante força, mas não chegasse a furar.
Eu costumo sentir isso quando as borboletas voam loucamente atrás de mim. Mas essa é uma situação irrelevante. Porque eu sinto isso mesmo é quando recebo uma notícia triste, ouço o que não quero, sei lá. Vai direto pro coração, como se alguém tivesse um bonequinho de Vodoo e bem naquele momento espetasse o coitado do meu órgão responsável pela oxigenação e circulação do meu sangue.
Bem, eu devo ter faltado a alguma aula de biologia. Eu queria saber mesmo se é normal sentir essa dorzinha chata no coração quando a gente se depara com alguma situaçãozinha nada agradável ou com algo muitissímamente bom. Vai que eu esteja tendo um ataque cardíaco e nem sei...? Ou então, que é uma coisa absolutamente normal, que eu deveria estar mais do que acostumada e nem deveria estar perdendo meu tempo falando nisso...?
Ah, deixa pra lá. Afinal, essas coisas do coração não se explicam mesmo...
quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Cores, cheiros e gostos: o frio e as pequenas lembranças

E eu pensei nisso hoje porque o frio – todo e qualquer frio – sempre me lembra um gosto que senti uma única vez na vida: o gosto de fondue de chocolate que comi lá na chácara da minha tia. Fazia um frio de arder e o céu tinha cor escura. Lá fora, apenas o balançar das árvores que rechearam um dia de brincadeiras no campinho, e que agora era utensílio para incrementar histórias do Mapinguari (sim, eu ouvia de olhos arregalados e morria de medo mesmo, de verdade, a ponto de jurar ter ouvido coisas durante a noite)*.
Éramos um monte de primos agasalhados em volta de um potinho com um creme de chocolate que permanecia quente por um foguinho em baixo. E aí a gente comia com frutas diversas: morango, banana, maçã, uva. Eu lembro que os morangos acabaram primeiro e que também fizeram um fondue de queijo, mas este era só pros adultos. Eu mesma não queria, era amarelado e sem graça.
Hoje, quando o frio vem, vem também um desejo por chocolate. Meu pai tem o costume de comprar o doce no frio porque ele odeia chocolate derretido, que é como fica nos dias mais quentes. Mas nenhum tem o gosto de fondue que comi num entardecer friorento na chácara da minha tia. Para ser sincera, talvez eu nem lembre que gosto tinha de verdade. Talvez eu lembre mesmo é somente da sensação daquele frio que também não existe mais.
*E quanto ao Mapinguari, quem contava as histórias era meu tio. E eu lembro bem quando descobri que estava sendo enganada. Mas não foi nada traumático, pelo contrário, só eu sei como fiquei aliviada. Numa certa noite lá na chácara, meu tio, eu e um primo mais novo conversávamos na beira da piscina. Meu tio, já meio sob efeito de umas cervejinhas, contava as histórias e dava uma piscadela para mim e virava o olhar pro meu primo. E aí eu entendi que ele queria que eu concordasse com tudo para assustarmos o então mais novo da turma. Eu saquei o jogo e nem quis fazer parte da brincadeira. Fingi não entender nada. E fim de papo.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Sobre aquilo lá...
2. Visitem o blog: http://gritoacreano.blogspot.com/, postei lá um textinho sobre o show de metal que aconteceu no último sábado;
3. Eu ainda não assisti ao PS: Eu Te Amo, embora já saiba toda a história;
4. PS: só nesse ano eu acho que já assisti ao dobro de filmes que assisti em todos os meus vinte anos;
4. Terminei de ler o "A Menina Que Roubava Livros";
5. Eu leio best-sellers sim e não vejo nenhum problema nisso;
6. Minhas aulas na Ufac começam hoje, mas infelizmente não vou poder ir, embora esteja muito ansiosa;
7. Mas estou receosa com a disciplina de Redação Jornalística II, assim como boa parte da turma;
9. Sábado eu comi uma broa;
10. Eu também não achei legal a mudança da programação da Rede Globo para adequação ao fuso horário, embora eu goste mesmo é de assistir desenhos e é o que está passando na maioria das vezes em que eu ligo a TV;
11. Resolvi cancelar a assinatura da Men´s Health porque fala sempre das mesmas coisas e do mesmo jeito;
12. Agradeço, de verdade verdadeira, de coração a todos que comentaram o post anterior, tanto no blog quanto fora dele. Vocês são/foram importantíssimos e não imaginam o quanto. Obrigada meeeeeeeeesmo pela força, apoio e incentivo;
13. O Word sempre me deixa ainda mais confusa;
14. Hoje tem a I Reunião das Plenárias dos Fóruns Setoriais de Artes, Esportes e Patrimônio Cultural e estarei lá;
15. A vida é assim.
domingo, 6 de abril de 2008
O dia em que eu saí da minha banda para ser jornalista
E vários músicos – principalmente os de rock – se vangloriam: “ah, eu larguei o último ano do curso de medicina para me dedicar à música” (tá, tudo bem, eu peguei talvez o exemplo mais apelativo, medicina não tem nada haver com jornalismo, mas afeta melhor o senso comum, ok?). E assim, quando uma em infinitas bandas de rock do mundo consegue chegar ao topo das paradas de sucesso, mostra-se logo a dedicação e o amor que os integrantes têm para a banda e para a música.
Porque Fulano largou o Direito, Cicrano largou a família e Beltrano largou o gato, cachorro, periquito e papagaio... E eu larguei a minha banda. (oh, céus, onde eu estava com a cabeça mesmo?). Sim, amo (ou amava?) a minha banda, as nossas músicas, as nossas rotinas de ensaios, shows, viagens, etc. No entanto, eu quero, preciso e devo terminar minha faculdade!

Quero sim, estar pronta para viajar e fazer uma matéria sobre os costumes das mulheres chinesas (elas são umas gracinhas), cobrir uma grande mostra de arte moderna (tem um tom irônico aqui), e até ser professora e ensinar meus alunos a serem artistas, digo, jornalistas.
Adeus palcos dos Gritos Rocks, adeus palcos dos Varadouros, adeus palcos das Catraias... É, o dia em que eu saí da minha banda para me dedicar à faculdade eu me senti meio louca. Mas os grandes acontecimentos desse mundo que deram certo não nasceram de puras sanidades mentais (disso eu tenho quase certeza).


E sabe do que mais? O interessante é que agora, definitivamente, eu não vou falar como baixista de banda ou como musicista (apesar de nunca ter me auto-intitulado assim), falarei apenas como jornalista.
Portanto, adeus também às crises existenciais. Sei que vai ser difícil deixar de ser a “Gigi Rock Star” (como brincavam comigo lá na faculdade), e, mais ainda, deixar de me sentir a baixista da Blush Azul. Sei que não vou poder mais me utilizar de ensaios e shows como desculpa para faltar aulas, fazer provas em outros dias e, muito menos, para sair mais cedo do trabalho.

E eu vou, não dividida, dessa vez eu vou de corpo inteiro, assumir, de fato e exclusivamente, um papel jornalista, acreditando realmente que devemos viver nossos sonhos no presente sem deixar de ter planos para o futuro.
Lidar com as palavras vai ser, enfim, a minha arte principal.
terça-feira, 1 de abril de 2008
mais um dia de uma vida única: e tudo começa com chuva e bicicleta
Eu precisava me concentrar na história que contaria em casa: "Minha bicicleta precisava dum banho". O problema era o relógio não à prova d´água, encharcado no meu pulso. Mas nada que um pote de farinha não resolvesse...
Depois disso tudo, meus pais discutiam na cozinha uma notícia que deram na Tv. Meu pai a conferia no jornal impresso, minha mãe fazia tapioca e eu calçava meu allstar. “Homem que teve olho arrancado corre o risco de ficar cego”, era mais ou menos assim. Depois pularam pra histórias como “Mulher se mata com dois tiros...”...
Meu pai faz questão de repetir o fato fazendo uma encenação; e eu penso “não posso esquecer o relógio dentro do pote de farinha”, e minha mãe apressa tudo e todos pra não chegar atrasada na escola. A gente comenta algo sobre a saúde de alguém e o emprego de outro.
Ficamos tristes, ficamos felizes e rimos um pouco. E então, cada um vai pro seu mundo, viver mais uma manhã, de mais um dia, que compõe mais uma semana, integrante de mais um mês, de mais um ano, de uma única vida...
quinta-feira, 27 de março de 2008
Como uma bailarina numa caixinha de música
Sei dizer não. E isso não me preocupa tanto. Não saber explicar, não entender. É quase monótono de tão comum. Mas dá raiva sim. Faz as pernas tremerem e o coração bater mais rápido. E a raiva não é do ser, é do sentir. Eu poderia oferecer um abraço e um silêncio que traduzisse algumas palavras humildes e de consolo. “A vida é assim”, “eu não fiz por mal”, “não me ache uma pessoa má”. Queria até oferecer os meus ouvidos ao sofrimento, à perturbação que eu não sei bem se existem mesmo. Queria confortar. E assim, seria bem confortada. Saber que está tudo bem. Eu não consigo falar em feiúra, alívios, posso falar em arrependimentos. Sei lá. Talvez, eu não deva ter seguido a receita direito. Talvez tenha esquecido alguns ingredientes, então, me sobre um doce adocicado demais.
E assim eu fico com uma vontade de tapar tudo com uma cortina preta. Preta por fora. Quase como luto. Mas, por dentro, amarela, com grandes flores alaranjadas, umas menores de tonalidades verde-escuras, e umas médias rosa-marfim. E então o meu ar vai ser só meu. O que me trazia um indício sequer de algo negativo ou duvidoso, eu abandonei e desapareceu. Da minha mente, da minha memória, da minha vida. Quando se está só, o vazio fica mais próximo. Como o neutro. E aí fica tudo mais claro. Objetivo. Determinado. Livre. Contraditório né? Aponto o dedo para eu mesma, por tantas vezes não levar a sério essa brincadeira de esconder meus olhos entre as entrelinhas e conseguir mudá-los de cor.
terça-feira, 18 de março de 2008
Caras e Caretas. Máscaras e Caricaturas
Foto: mais uma do Parque Capitão Ciríaco
quinta-feira, 13 de março de 2008
Bianca vai de ônibus
Subiram no mesmo ônibus e sentaram em extremidades exatamente opostas. Ela tentava decifrar algum reflexo. Ele, de cabeça baixa, lia o livro e vez e outra levantava o olhar fitando tudo à sua volta.
Era uma das raras noites em que Bianca voltava pra casa sozinha e de ônibus. Gostava do andar solitário nas ruas escuras. Quando se está só, se está como se realmente está. Medo ela tinha sim, mas queria testar o seu humor. Queria testar o seu olhar quanto às constelações e se ainda sabia como contar as cores no céu.
Às vezes, ela vem de sorriso solto, vendo aviões e até estrelas cadentes (quem vai dizer que nunca viu?). Em outras ocasiões, vem saltitante e cantando sambinhas do Chico. Mas também há aquelas noites em que ela vem de passo desconsolado e dor no queixo – pela mania de prender o choro.
Bianca também olha as vitrines e deseja saltos de gala. Não que ela seja uma pessoa assim, de consumismo exagerado ou que siga as últimas tendências da moda. Mas ela gosta de sonhar e fazer pose na frente do espelho – mas só na frente do espelho.
Ela ainda pode voltar chutando pedrinhas e se assustando com os vigias noturnos. Ao chegar à sua casa, ela toma uma decisão. E naquela noite, ela sentiu e compreendeu algo do seu inconsciente e que, portanto, passou a ser consciente. Algo que tinha haver com se preparar para ter que esquecer. E por isso, seguia de olhar caído.
Inicialmente, o jovem leitor que encontrara parecia com um tal artista de rua, de costeletas bem delineadas e charmosinhas. Ela olhou e olhou mais uma vez, porque não reconheceu costeleta nenhuma e porque não era o artista de rua. Era um outro qualquer. Sabe-se lá se artista ou não.
E os dois desceram exatamente na mesma parada. Bianca achou engraçada a coincidência e até esperou alguma surpresa a mais, pois achava que já conhecia muito bem aquela vizinhança. Ela reparou e ainda lembra cada segundo das suspeitas e descobertas: o inclinar dos corpos para olhar as ruas e reconhecer que estavam próximos a chegar; e preparo das mãos para puxar a cordinha; o andar até a saída - depois de ter a certeza que a descida era mesmo ali, e tudo, tudo, tudo, mais...
Sorte ou azar, mas alguém não planejou bem. Bianca não entendia os papeis de ninguém: nem do perseguidor nem da perseguida. Ele, meio estranho, ficou em dúvida se olhava pra trás – o que ela torcia pra acontecer. Ela teve a oportunidade de voltar os olhos e ele, de voltar o passo. Mas era noite escura e apesar de silenciosa, nada mais podia acontecer, a não ser a travessura de uma carta anônima, escrita às avessas e meio inventada.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Mudanças
quarta-feira, 5 de março de 2008
Brinco sem par, relógio parado e Bianca aparece
Também arrumei o potinho de brincos. Definitivamente eu gosto mesmo de estrelas e corações, assim como gosto da sensação de me livrar das coisas velhas e ter mais espaços para as novas. Faz tempo, tirei o mural do quarto (a melhor coisa que fiz contra a nostalgia crônica). E então ganhei uma parede lisa, branca, onde o sol pode se apoiar tranquilo quando entrar pela janela.
Mas também gosto de saber que meus brinquedinhos estão ali em cima do guarda-roupa, bem conservados, para o dia que eu quiser voltar... Assim como as roupas do espetáculo de dança e até mesmo aquelas sapatilhas que eu nunca usei esperando o momento especial (é, eu também já caí nessa). Delas eu não tenho coragem de me desfazer para ter mais espaço para o novo. Deixo-as lá, intactas. Nunca viram palcos e nem luzes e flashes; de brilho, talvez só o dos meus olhos de quando eu abri o pacote...
Aliás, de novidade aqui, só mesmo Bianca. O relógio já parou novamente. A poeira já desceu outra vez sob as bonecas de porcelana. E o potinho já guarda mais e mais brincos velhos e sem pares (tem coisa mais triste do que brinco sem par? Não é à toa que, os desse tipo, são chamados de “solitária”. Mas esse nome me lembra alguma coisa nojenta que eu estudei no ensino médio, eca!). Mas a Bianca me chama, e já me faz sonhar além daquelas horas do relógio parado.
No som toca No Doubt. Mas nem sei se é isso mesmo porque eu escuto as músicas aqui achando que é uma coisa, mas aí vem alguém e se refere à canção como sendo de outro grupo e então eu percebo que, mais uma vez, baixei MP3 com nome errado. Mas eu não ligo não. Só quero ouvir e curtir um pouquinho.
Mas a Bianca me chama. Ela nem nasceu direito, mas já me faz raiva. Sei lá, perturba demais. Como se trouxesse em si umas cordas para eu atar nós. Bianca, se não sumir ou maneirar nas suas aparições, vai morrer antes mesmo de qualquer [outra] história.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Verbaneios
Ser a minha segunda pessoa?
Isso tudo tem a medida tua.
Hoje é apenas sexta-feira, e o meu céu tem cor definida
"...e eu sinto muito, por muito sentir...(LP)"
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
escolinha
RESPONDA:
O que te deixa feliz?
R - Um abraço.
O que te deixa triste?
R - Cebola.
“Cebola faz as pessoas chorarem”
Luis Guilherme é sobrinho do Ulisses, quem me contou a historinha.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
As arrumações, o medo das necessidades futuras e os "as vezes": Tipo corrimão
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
"a vida é tão rara"
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Grito Rock

Embora seja de praxe querer superar o nervosismo de subir em palcos alheios, fazer novos amigos e alçar longos vôos, a Blush Azul - e das bandas acreanas que tocam nas outras edições do Grito Rock – percebeu a enorme responsabilidade que carregam: divulgar o Acre e sua novíssima cena cultural independente. “Acho que a realização pessoal está incluída principalmente em ser reconhecido como participante de uma força de trabalho. Nossa música é só uma parte desse trabalho.”, diz Kaline Rossi, baterista e fundadora da banda.
A vocalista Irlla, do alto de seus sapatos zebrados, diz que está ansiosa para ir e para voltar: “É gratificante poder voltar para casa depois de uma mini-turnê, todo mundo fica esperando novidades nossas, querendo saber como foi, como são as cidades, o público, tudo. Voltamos sempre mais animadas”, diz ela sem incluir na frase Victor, o menino da banda. “Ai, desculpa, é força do hábito... Voltamos mais animados, mais animados”, ri.
Além da chance de cativar o público, as meninas – e o menino -, vão trocar experiências com outros músicos independentes, vindos de todos os cantos do país. “Bandas muito boas vão dividir os palcos com a gente. Vai ser muito legal estar no meio desse pessoal que faz música como nós.”, completa Kaline, enquanto tenta fechar pela terceira vez sua mala abarrotada de roupas.
Fotos: Renato Reis.
sábado, 26 de janeiro de 2008
Sustos da madrugada
E o fato é que eu nunca comentei nem enviei nada pra lá, portanto, “como é que esses visitantes entraram no meu blog por meio daquele site??”. E tem mais, os leitores que vieram de lá, foram os que passaram mais tempo lendo essas palavras avulsas que eu jogo aqui. Bom, fui lá tentar desvendar isso.
Até que eu li, na página inicial, numa lista com vários outros títulos, o humilde e discreto “Crenças e contradições”. "Epa, peraí, tenho um post com esse nome!" Cliquei, já quase totalmente horrorizada – "meu deus, o que será isso???" E o que é que abre então? O meu texto postado lá!
Num sei. Eu fiquei feliz. O que mais poderia ser? Achei o site muitíssimo interessante e o visito com freqüência, inclusive, já salvei vários artigos lá publicados – é que eu vou catando tudo mesmo, seja pra ler depois, ou reler ou apenas ter guardado aqui no meu pc, como uma biblioteca virtual, entende? Até que um dia, eu encontro – por acaso – um texto meu lá!
Meu Deus! Que Husto!
E aí eu fiquei me perguntando (eu não me suporto por conta disso, eu num paro de me perguntar as coisas, ô menina chata, tagarela!): e agora, o que eu faço?
Um post sobre isso, ué!
=)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
aquelas coisas
Que mingúem as luas e confundam as constelações.
É apenas uma questão se sensação.
Foto: na saída do trabalho - Parque Capitão Ciríaco
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Eu gosto de reduzir-me.
Sim sim, passaria ferro no cetim da adolescência, sem medo de queimar. Seria até mais fácil compreender o que todo mundo compreende. Falando outra língua, esquecendo a da criança que eu nem conheci. Afinal, onde está ‘o museu de grandes novidades’? Na verdade, eu não quero nem saber.
Eu digo ‘obrigado’, porque quero mesmo agradecer. Chamar de amor da minha vida. Dar [receber] beijo na testa. Pegar pela mão. E levar embora. Meu sotaque, enfim, eu não percebo.
Nunca avisei que rosas não limpam o chão porque é o tipo de coisa que, ao meu ver, todos sabem, mas, apenas deveriam saber. Mas eu não quero condenar a ninguém. Não levo jeito pra isso. Portanto, não me contem, eu não quero saber. Não é autoritarismo, não tem nada de extremo e exagero nisso. Não é que eu queira fingir. É que não interessa.
Eu lembro dos toques do piano. No sofá, eu só observava. Não havia ninguém cantando. Mas eu sabia muito bem como era aquela letra. E gostava. Ainda tentei algumas notas até conquistar o insucesso e beirar a impaciência [desisti, portanto, pro bem nosso].
Vou ficar ausente. Como ficou o som. Ainda levarei os brincos e anéis. Toda a papelada também. Levo ainda, a tentativa de entender. Sem nenhuma frustração. Eu disse: nenhuma.
Trocar de portas e maçanetas. Elas podem ser decisivas na estética dum filme. Parece banal. Mas, se fosse do meu interesse, eu repararia. Claro que não é. Mas nem por isso é menos importante.
Eu gosto de reduzir-me.
sábado, 19 de janeiro de 2008
As manchetes deste sábado*
Página 20: OAB pede informações à Aleac sobre expedição Juruá
O Rio Branco: Governador Binho decreta emergência em dois municípios
A Gazeta: Ufac divulga lista com nome dos aprovados no vestibular/2008
*inspirado mesmo no blog do josias.
argh.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
[diário] - (in)satisfação*
Não faço interrogatórios. As respostas eu procuro e encontro nos meus dedos. É fuga mesmo. É receio mesmo. É o meu ato de viver. E a opção é, simplesmente, não se importar. Inventar miopia. Listar os apegos; as satisfações pessoais e permanecer. Sonhar, ter objetivos e buscar. Mesmo que egoistamente. Mesmo que individualmente. Mesmo que independentemente. Depois disso, tornar-se invisível, virar pó. Pois nada mais teria/tem/terá sentido. E eu não tenho medo do desperdício. Acredito mesmo na infinitude do amor. Comum ou incomum. Que acabam, que recomeçam. Como nos poemas, crônicas e cafés. Busco-me. Perco-me. E me acho nos dedos, dúvidas e contradições. É como viver uma vida desigual, paralela. É como desistir da crença e honrar o abandono.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Enfim!
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Eu [conto] feliz ou apenas alguns [des] contos
Gostar-te.
Apaixonar-te.
Querer-te.
E eu que sempre me utilizei dos pincéis mais finos para colorir os detalhes dessa obra de arte da vida. Não. Não quero mais os pincéis discretos. Não quero mais pintar sombras, bordas ou contornos. Cores quentes não servem pra isso. Demorei, mas descobri. Deve ser isso que importa, não é? Suspeito que sim. Apesar deu há tempos desconfiar das minhas suspeitas. Certa vez, tive que consultar uma amiga sobre intuição feminina – “é que na minha eu não acredito mais”, eu disse. Mas a gente nunca desiste, e sempre acaba acreditando. E uma hora dá certo. Pra quem sempre acredita em tudo – mesmo dizendo que não. Pra quem sempre confia em tudo – mesmo dizendo que não. Pra quem sempre quer tudo – mesmo dizendo que não. Pra quem sempre planeja e lista de tudo – mesmo dizendo que não. Um deslize ou outro, já não faz diferença. Deixo a experiência pros mais chatos. Afinal, tem coisa mais chata do que as historinhas repetidas? É, é isso que eu chamo de ‘experiência’. Riscos são coisas pros pincéis finos e discretos que eu cansei de manusear. Êta maluquice! Hahaha. Eu sei é que me divirto. Mas vamos, pincéis maiores, agora eu quero os traços decisivos pra essa pintura. Se eu cansar, ainda tenho os dedos das mãos e dos pés... se não funcionar, é só jogar a tinta pra cima. Sim, sim, isso eu sei: que pode sujar tudo e colocar tudo a perder... Mas as sombras, as bordas e os contornos já estão lá pra quê?
Desculpe, eu não quis ser chata...
É que tudo é tão simples...
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
crenças e contradições
Voltando ao tempo sem passado. Quando o presente volta a ser eterno e a caber nas caixinhas de sapato.
E feliz 2008! (só pra não dizer que não falei das flores. Na verdade, falarei sim. Mas falarei depois. Não agora).