segunda-feira, 21 de julho de 2008

[da poesia]


.música.
.cinema.

.e amor.


[tá, e um pouco de café também].

segunda-feira, 7 de julho de 2008

monólogo. é. que. complica. [?]

Que conversa é essa? De palavras às vezes irreais e sem sentido. Não que seja falta de compreensão, é apenas um outro olhar de olhos que nem sei se valem a pena perseguir. Ser sem sentido se traduz por ser sem motivo. Ou sem motivos. Invisíveis e presentes apenas em algumas canções sem melodia.

Enquanto eu tomo rumo e escolho as expressões uma a uma, o mal vem no caminho, pelos lados que eu nem quero ver e pra isso preciso fingir não ser eu mesma. Mesmo tendo coragem, agora.

Construo as histórias e seus personagens. Não sei se é isso o que importa, mas creio estar fazendo o meu papel ou parte dele. Num certo momento, vejo que é grosseiro explicar e detalhar tudo. Primeiro irrita à mim.

"E agora?"

Eu até tenho o que falar e sei o que deve ser dito. Até imagino o que vou ouvir - porque eu já falei, um dia. Fica tão claro que chego a fechar os olhos. É quando prefiro voltar às minhas entrelinhas de pontos meio marginais.

É que na hora da tradução eu mudo tudo, mesmo sendo com um sorriso discreto no canto da boca. Mesmo sendo com o desvio do olhar pra um lado qualquer, assim, de propósito e mal-criado.

E então me contento com a sensação de continuar com os pés um do lado do outro, sem passo pra nenhum lugar. Onde o outro é apenas o outro. O Outro-outro, no caso o Eu, é que complica, confunde, não resolve, não esquece, não atura, se arrepende.

No momento de deixar os olhos molhadinhos e se recolher, um passarinho canta um canto num estilo de desencanto. Porque o recolhimento tem lá o seu glamour e as suas funções indispensáveis, vitais.

E eu me pergunto: "Quando?"

Conto os dias, espero pelo que sei que vou querer jogar no lixo na maioria das horas. Mas me convenço do contrário. Já não disse que o Eu é que complica? Pois é. Procuro o mercado dos controles, preciso dum que funcione para pensamentos.


*Foto: [eu que fiz\o/] monólogo "Carta de Um Pirata", pela primeira vez em Rio Branco, se não me engano, em 2005.