quinta-feira, 30 de julho de 2009

Let it be

Vai ser sempre uma trilha sonora das cenas para recordar. Seja de uma tarde vazia, um domingo na praça ou das risadas por causa do barulho de água na barriga. Das cenas que congelam e acontecem em câmera lenta e ao mesmo tempo naquele ritmo que só nos deixa gravar uma mistura de cores, traços e texturas. O que é mais fácil, provável, próximo, certo vira o que a gente quer. E eu cato o que deve haver de tão errado numa vida pacata, de alguns poucos amigos, mas de minha gente, dinheiro pra pagar o chop na beira do rio e de poesia que a gente mesmo inventa e destrói também. Eu tenho medo do medo, do coração acelerado, da perna bamba. Sonhei que estava numa roda-gigante, com uma amiga e mais uma porção de desconhecidos. Minha amiga gritava de emoção e eu, de olhos fechados e em silêncio, podia jurar que estava tendo a melhor sensação que todos eles, de olhos bem abertos e aos prantos, podiam ter. É sempre assim, uma espécie de vencedora que tem a vida a perder. Vou jogar a moedinha, deu certo uma vez. Eu até que ando dormindo meio sem pensar em nada e acordando meio sem por quê. Mesmo assim, queria pensar um pouco menos. Esqueço de ligar o som, de fazer a listinha de afazeres e de comer uma barrinha de cereais entre cada refeição. Agora, Let It Be tem sido um som distante, curto, baixinho. Mas eu me lembro que vou presentear minha afilhada, no seu primeiro aninho, com o seu bolinho de aniversário. Vou encher balões, colocar um chapeuzinho e brincar no chão. Quando paro pra lembrar e falar das imagens que tenho, não consigo saber se eram realmente fotos alheias que bisbilhotei, momentos que vivi ou filmes que assisti. Não me diga que é um caso perdido, alegria que não tem onde encostar, interpretação semiótica inútil. O meu pedido é um silêncio, embalado pra viagem.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Enfim, o fim!

Ou: existe vida inteligente pós-monografia?

Eu diria que sinto uma ressaca. Mas a vontade de passar o dia inteiro largada na cama já me acompanha bem antes disso. O 10 na monografia foi com muito louvor e emoção! Com direito à lágrimas nos olhos e tudo mais. Todo final, por mais feliz, tem um lado obscuro. E essa é uma das características que nós, pobres mortais, carregamos: nunca encontramos a felicidade plena nessa dimensão carnívora (seja lá o que isso signifique). E esse assunto não é nenhuma novidade pelas linhas de cá, aliás, isso sempre acontece: deja vu de texto, já disse, não disse? Me sinto mesmo um tanto monótona...

sorriso besta =)

Terminar a monografia foi algo feliz – apesar dos apesares (eu sinceramente acredito que não transcrevi o Chico Pop que conheci). Mas acordar e não ter mais encontro marcado n’A Cidade Se Diverte nem é tão divertido. E nada foi realmente difícil (ahh, falar isso depois do trabalho pronto é tão fácil!). Eu devo ter passado coisa de dez meses nessa imersão Chicopopiana (lendo livros, ouvindo músicas e assistindo a filmes do gosto dele), mas ainda tive tempo de ir no Arara’s (também sou uma pesquisadora social), inventar discórdia com meu namorado (também sou geminiana), ver novela (também gosto de futilidades), ler horóscopo ou livros de assunto alheio... (ah, interesse por assuntos diversos, ok?).

O fato é que eu não vou falar do provável: o alívio, o que eu aprendi ou desaprendi, os conflitos éticos e pessoais, a vontade de dominar e mudar o mundo por meio do jornalismo cultural, os planos para o futuro... Não, sobre essas coisas a gente conversa por aí, e se eu engordei ou emagreci, o importante é que emoções eu vivi (não me restavam forças para preparar uma janta saudável, caminhar no parque ou fazer yôga, mas o brigadeiro de panela era obrigatório!).

Aqui, prefiro assumir um lado meio-sem-noção-que-me-dá-liberdade-para-mudar-de-assunto-a-hora-que-eu-quiser. Agora eu tenho o programa que baixa vídeos do Youtube. Numa semana, baixei mais de 140 clipes e isso é muito legal. Não sei até quando o meu computador vai agüentar, ou se eu tenho cometido algum crime, mas tem sido divertido. Me rendi à comida japonesa (com algumas restrições, por enquanto) e ainda me falta um siso pra arrancar (ô saga!). Além disso, Intercom vem vindo aí numa das cidades mais frias do país (com direito à gripe suína). Muita empolgação e medo! Medo não da gripe, mas do frio! Portanto, quem tiver um casaquinho dando sopa por aí, lembre-se de mim, sim?!