quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Ou isto ou aquilo*

Já entendi. Todo ano me aparece uma situação em que preciso tomar uma decisão. A lembrança mais antiga de uma decisão que me fez pensar feito uma condenada foi quando precisei escolher entre o time de basquete e o grupo de dança. Não foi nada fácil. Escolhi o grupo de dança. E nem me arrependi.
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Depois veio a época do vestibular. Muito fácil. Fui por eliminatória, assim como a gente faz com as questões de prova. Passaram alguns meses e eu precisei escolher entre o Iesacre e a Ufac. Passei na Ufac, mas ganhei bolsa no Iesacre. Pensei. Pensei. Pensei. Planejei. Planejei. Planejei. E decidi. Fui pra ufaclândia.
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Comecei um estágio que não estava nos meus planos praquela época. Mas foi bom. Me encantei com a profissão. Coisa que nenhuma faculdade tinha feito até então. Depois, tive que optar entre os jornais diários (estagiava em dois) e a assessoria de imprensa de fundação cultural. Também foi complicado. Afinal, eu queria ser jornalista, e não via muito jornalismo em assessoria. Por outro lado, trabalhar numa fundação cultural já tinha feito parte dos meus planos para o futuro (isso quando eu tinha uns 15 anos). Saí da redação.
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Mudou tudo. Pudera, eu não passava mais a noite inteira lendo blogs ou textos do Paulo Coelho (acho isso meio engraçado), ou escrevendo coisas sobre a vida, respondendo cartas e descobrindo bandas de Punk/Hc do interior.

Mudei a alimentação. A rotina. Troquei os livros, os filmes, as músicas. Mudei de banda. Abandonei o curso de inglês e mudei de planos. Ganhei novos objetivos, novas vontades, sonhos e desejos. Fiz um outro blog. Ganhei um prêmio acadêmico, um novo e-mail e uma manchete de jornal (tem um duplo sentido aqui mas eu não vou corrigir pq não quero), e novos amigos (Além de novos vícios e novas manias).

- Será possível a gente mudar de signo? Estou me sentido uma geminiana nada gêmea.

Hoje eu preciso tomar uma outra decisão. Ontem me senti uma novela: “Olha, é difícil ein? Eu não queria tá no teu lugar não. Mas, quando tu decidir, me fala? Eu quero saber...” Sim, tudo bem, eu não teria como esconder o final dessa história...

Virou até conversa em mesa de pizzaria: uns no chope, outros no vinho e eu só na rinite, gastando um tempão pra decidir se pedia um sorvete e depois mais um tempão pra escolher o sabor...
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Já vai ser a minha segunda grande decisão em 2007 (a primeira, eu os deixo na suspeita). Às vezes, tenho a sensação que complico as coisas. Outras, acho que não sou eu quem faz isso. Antes eu me perguntava: “Como é que os pensadores vivem? Como eles ganham dinheiro? Como será a rotina de trabalho?”.

Seja lá como for, hoje eu sei que não é tão fácil como me parecia ser. Ás vezes, eu sinto vontade de parar tudo pra apenas olhar pro nada e ficar pensando. Lembrando e imaginando. Outras, eu queria apenas me concentrar num texto qualquer.
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Não sei se digo que quero voltar a ser criança. Várias – várias mesmo – coisas que eu disse que queria aconteceram. E eu me sinto feliz por isso. Me sinto privilegiada e sortuda por ter a oportunidade de tomar as decisões que tomo. Mas... sabe como é né... é difícil e nós nunca estamos satisfeitos. E eu não queria me reforçar ainda mais isso, que tomar decisões é difícil.
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As pessoas elogiam as outras que são determinadas e decididas e objetivas e não sei o que mais lá... Eu não sou nem um tercinho disso. Agora pouco, eu estava me perguntando de onde vem a dúvida? Quero saber a sua fonte, a torneira que a jorra preu ir lá e tomar uma providência. Será que alguém pode me ajudar?

*referente a um poema da Cecília.

6 comentários:

Igor disse...

Giselle... tomar decisões é algo muito difícil, mas não há nada melhor do que, depois de fazê-lo, olhar pra trás e ver que tudo valeu a pena.
A nossa vida, por mais que não queiramos, é repleta de escolhas que temos que fazer. O que muda é o grau de relevância que damos a elas. Pode ser o sabor do sorvete, como você disse, que não vai mudar nada na nossa vida se tomarmos um de chocolate ou um de flocos; ou seja algo que pode mudar o nosso futuro. Mas, pra todas elas, há que se ter paciência, paciência e mais paciência... e também uma pitada de intuição e do que o seu coração sente.
E nem venha, tá? Você é decidida sim... todos acabamos tendo que ser! rsrsrs
Mas, juro, véi... te adimiro! ;****

Elisson Magalhães disse...

Ae Gisele,
obrigado pela visita. Caraca, fiquei besta e feliz com tua observação. Que maravilha é o mundo da poesia, né? Uma pá de possibilidades, de interpretações, enfim, deu cetinho mesmo.
Bj

Anônimo disse...

ó minina as escolhas,as escolhas...irão sempre afligir o ser humano,de qualquer forma é melhor do quê a vida passar e não acontecer nada né??!!hehehehhe bjus ,estarei sempre do seu lado ou onde vc quiser. kilrio farias

Aquinei Timóteo disse...

Ter uma escolha, às vezes é até um alimento para a vida, a comoção nos arranca do comodismo, a vida é movimento...!!!!!

Menina de óculos disse...

Giselleeee

Adorei seu texto. Essa semana mesmo tava dando aula com esse texto "Ou isto ou aquilo". Adoro a Cecília Meireles e adoro esse poema.

Beijossss

Anônimo disse...

É porque o I Ching diz que a vida é regida pelos signos do fácil e do simples. As coisas acontecem assim porque é mais fácil que seja assim, e são simples porque é mais simples que assim sejam. É o que sempre digo: a lógica oriental é tão lógica que soa como irracional aos nossos poluidos ouvidos ocidentais. Siga o Cruzeiro do Sul...