sábado, 29 de dezembro de 2007

os pincéis do asfalto, as estradas finais e outras articulações impróprias

Assuma. Já não se importa. É a conclusão. Seja lá como estiver (na calçada roxa ou de salto e gravata), embora pouca coisa reste quase que eternamente, simplesmente não irá notar. Quem ensinou e quem aprendeu? Pergunta descartável. Não perceba, mas não finja que esqueceu. É cruel. É jogar sujo demais. Não olhe, não veja. Mas não finja inexistência. É que pode acabar extinto mesmo.

O ponto final é só um ponto final entre um parágrafo e outro. Entre um capítulo e outro. Entre uma história e outra. É aqui onde morre o perigo. É aqui onde tudo é colocado em risco. E quando entra em risco, morre um pouquinho. E se é capaz de morrer um pouquinho, é capaz de morrer por completo, fazendo desaparecer tudo, até o suposto perigo. É aqui onde está a ousadia, o não-medo que nem é coragem [é quase puramente covardia].

Joelhos retos. Mãos no bolso. Garrafa d’água. A mente perdida entre os gostares. Rostos. Postos. Gostos. Que venham as unhas enfraquecidas, os bilhetes em letras garrafais. Qual é o preço? Um filme antigo às três da madrugada de um sábado? Ou ainda seria sexta? A diferença é no outro, no outro dia... No espaço para mudança, na traição da [falta de] lembrança.

4 comentários:

Nattércia Damasceno disse...

Ah, Giselle, eu só vim aqui desejar um ótimo 2008 pra vc e ponto final.

Thalyta França disse...

=)
sim!

Aleta disse...

um texto genuínamente poético que vem do fundo do coração, aposto que entre um ponto e outro existe espaço para outros pontos... e olha que eles podem formar uma (...) Beijo Xuxu, feliz 2008!

Elisson Magalhães disse...

Eita! Baixou o espirito da Lispector em vc? rs