quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Eu [conto] feliz ou apenas alguns [des] contos

*com os olhos espelhados nos teus
É fácil.
Gostar-te.
Apaixonar-te.
Querer-te.


E eu que sempre me utilizei dos pincéis mais finos para colorir os detalhes dessa obra de arte da vida. Não. Não quero mais os pincéis discretos. Não quero mais pintar sombras, bordas ou contornos. Cores quentes não servem pra isso. Demorei, mas descobri. Deve ser isso que importa, não é? Suspeito que sim. Apesar deu há tempos desconfiar das minhas suspeitas. Certa vez, tive que consultar uma amiga sobre intuição feminina – “é que na minha eu não acredito mais”, eu disse. Mas a gente nunca desiste, e sempre acaba acreditando. E uma hora dá certo. Pra quem sempre acredita em tudo – mesmo dizendo que não. Pra quem sempre confia em tudo – mesmo dizendo que não. Pra quem sempre quer tudo – mesmo dizendo que não. Pra quem sempre planeja e lista de tudo – mesmo dizendo que não. Um deslize ou outro, já não faz diferença. Deixo a experiência pros mais chatos. Afinal, tem coisa mais chata do que as historinhas repetidas? É, é isso que eu chamo de ‘experiência’. Riscos são coisas pros pincéis finos e discretos que eu cansei de manusear. Êta maluquice! Hahaha. Eu sei é que me divirto. Mas vamos, pincéis maiores, agora eu quero os traços decisivos pra essa pintura. Se eu cansar, ainda tenho os dedos das mãos e dos pés... se não funcionar, é só jogar a tinta pra cima. Sim, sim, isso eu sei: que pode sujar tudo e colocar tudo a perder... Mas as sombras, as bordas e os contornos já estão lá pra quê?

Desculpe, eu não quis ser chata...
(eu sempre acabo sendo, inevitavelmente...)
É que tudo é tão simples...
Ao estar-te.

9 comentários:

Anônimo disse...

oi GiselleXL, tudo bem com você?
Feliz Ano Novo... e... eu trouxe uns postais pra você
:)
besitos

Samuel Bryan disse...

a pintura da minha vida parece começar a querer uns traços undergrounds

simplesmente adorei muito o seu texto!

=*

dissonante disse...

" Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores". Quais são as cores dessa obra Giba?

Anônimo disse...

Êta Pau!? Putz! É que na maioria das vezes eu chuto o balde ou jogo pra cima e vou contornando ora com traços finos ora com traços grossos. E num é que isso a gnt chama de vida?!
É o barato!!!!

Anônimo disse...

Giselle, parabéns pelos seus escritos. To sempre dando uma olhada no seu blog e termino de ler sorrindo, gosto da sua forma de escrever, lúdica e lúcida ao mesmo tempo. Êita beleza!
beijo!

Cocão disse...

E eu achava q Eu "tinha" um blog. Se existe conceito para blog. Sim, acho q o seu é "um". muito bom. ;]
mas não cabe a mim dizer. o/

Suellen Verçosa disse...

Bom é perceber que a pintura final não é bem o que importa...e sim a alegria dos traços...sejam eles finos, grossos e das mais variadas cores...

O que importa é o sentir.

E isso é bem claro em você!

- bjus -

Anônimo disse...

as vezes a gente liga o "FODA-SE" e vai embora... é a vida...
com o tempo se arruma..

rayza. disse...

ainda não acho que os contornos e sombras devem ser postos de lado assim, sem nenhum remorso. a vida também é sutilezas, e todas as sutilezas são gritantes e vivazes nessa terra de meu deus da amazônia.
pq no acre não existem tons de cinza, e pode discordar de mim, mas é o que eu acho.