segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Eu gosto de reduzir-me.

"É que ainda sou estudante da vida que quero levar". Vou indo de rabo de cavalo no cabelo. E se eu pudesse escolher, até aqui, eu não faria tudo não. Não teria me atrevido tão cedo e deixaria para decidir mais tarde.

Sim sim, passaria ferro no cetim da adolescência, sem medo de queimar. Seria até mais fácil compreender o que todo mundo compreende. Falando outra língua, esquecendo a da criança que eu nem conheci. Afinal, onde está ‘o museu de grandes novidades’? Na verdade, eu não quero nem saber.

Eu digo ‘obrigado’, porque quero mesmo agradecer. Chamar de amor da minha vida. Dar [receber] beijo na testa. Pegar pela mão. E levar embora. Meu sotaque, enfim, eu não percebo.

Nunca avisei que rosas não limpam o chão porque é o tipo de coisa que, ao meu ver, todos sabem, mas, apenas deveriam saber. Mas eu não quero condenar a ninguém. Não levo jeito pra isso. Portanto, não me contem, eu não quero saber. Não é autoritarismo, não tem nada de extremo e exagero nisso. Não é que eu queira fingir. É que não interessa.

Eu lembro dos toques do piano. No sofá, eu só observava. Não havia ninguém cantando. Mas eu sabia muito bem como era aquela letra. E gostava. Ainda tentei algumas notas até conquistar o insucesso e beirar a impaciência [desisti, portanto, pro bem nosso].

Vou ficar ausente. Como ficou o som. Ainda levarei os brincos e anéis. Toda a papelada também. Levo ainda, a tentativa de entender. Sem nenhuma frustração. Eu disse: nenhuma.

Trocar de portas e maçanetas. Elas podem ser decisivas na estética dum filme. Parece banal. Mas, se fosse do meu interesse, eu repararia. Claro que não é. Mas nem por isso é menos importante.

Eu gosto de reduzir-me.

4 comentários:

Veriana Ribeiro disse...

que texto lindo, gostei muito. imagino vc tentando tocar piano, bem pequenininha... quando mais nova eu queria aprender, mas agora... vejo q n tenho nenhuma vocação para a musica.

gostei das manchetes do jornal ^^

beijos nina

Anônimo disse...

Ainda que você se esforce, ao máximo, pra se diminuir, ainda assim você será grande, muito grande; tão grande como - se me permite - poucas vezes eu vi, "na vida de minhas retinas tão fatigadas" (rs!).

Olhe, enfim, pras tuas conquistas, e veja com que desenvoltura falas (já) da vida; toda senhora de si, atrás de um par de óculos ligeiramente tortos.

E agradeça, se te faz bem.
Mas saiba que não é preciso agradecer por coisas como beijos na testa.

XII.

ThiagoMelo disse...

Eis aqui a primeira a me deixar um comentário pra pensar...
"Eu gosto de reduzir-me." o/\o
que se oriente com o que possa criar!

Ozeias Rocha disse...

Giza.... que texto lindo!
De onde vc tira tanta inspiração?!?

Vou colocar um link no meu blog ook?