quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Orgias

Ela reclamava que alguém havia jogado uma garrafa em frente a sua casa. E xingava. Xingava mesmo. A mulher tava braba. No quintal, uma criança perguntava onde aquela senhora ia reclamando tanto. Pegando a garrafa no chão e indo jogá-la no lixo, respondeu: “oooo minina, deixa di sê xata! Toma o teu rumo!!”.
A criança, apenas disse: “então tá, é preu tomar meu rumo, então vou tomar...”, olhando para escola e com jeito compreensivo, enquanto abria um guarda-chuva para se proteger do sol.

Às vezes tenho a impressão de que estou publicando e escrevendo textos repetidos (acho que já escrevi isso antes). Me deixa até feliz, me trás a sensação de coerência e unidade. E penso que consigo me enganar... Ou será que é só um deja vu? 'Deja vu de texto', pra mim, essa é nova.

Todo mundo tem um motivo pelo qual precisa dum médico. Eu nem sou assim. Eu preciso apenas dum blog.

Outro dia, lembrei que, diante de seis olhares masculinos e de um capuccino gelado, eu revelara que ainda estava na mesma, lendo Clarisse Lispector e Luis Fernando Veríssimo. Nem me senti reprimida. É que as Orgias de Luis são cor-de-rosa.

2 comentários:

Suellen Verçosa disse...

Achei que não precisava de médicos...
Até conhecer uma!

rsrs...

Mas o blog tb é uma terapia!

E...os livros podem ainda ser dos mesmos autores de antes, mas algo muda, dentro, fora; fora, dentro.

Que universozinho paralelo esse nosso hein?!

bj

Samuel Bryan disse...

entre um blog e um psicologo, vai o blog, muito mais barato
=***