quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Gabriela

Era esse o nome da minha irmã.

Ela era minha irmã gêmea e morava nos Estados Unidos.

Ela nasceu com um problema de saúde, então, teve que se mudar pra lá por motivos de tratamento.

E o problema era muito sério, doloroso e dramático. Portanto, era segredo, e ninguém sabia da existência de Gabriela.

Eu era uma das poucas pessoas que sabia. Afinal, ela era minha irmã. Minha irmã gêmea. E eu chorava a ausência dela. Sentia muitas saudades, pois.

*daqueles segredos que a gente conta pra alguns

-x-

Gabriela foi um dos personagens imaginários que fizeram parte da minha infância. Lembrei um dia desses. E fiquei me perguntando: onde estará Gabriela?

Imaginação de criança - definitivamente - não tem limite... Por mais louca que seja a história, eu pude sim criá-la... Minha sanidade jura que é verdade.

Acho que 'a' matei, e nem vi.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

18 meses

*vida acadêmica
*ou coisa que o valha

E no último sábado, estava eu acompanhando minha tia e meu primo no jantar de aniversário da minha mãe e do meu irmão. E naquele tradicional papo de família (que, apesar de tudo, me atrai sim), minha tia me fez o favor de lembrar-me que tenho apenas mais um ano meio de faculdade.

Refiz os cálculos e, de acordo com a matemática, é isso mesmo. Mas já? Confesso que fiquei assustada. É que eu posso enumerar várias coisas que planejei fazer na faculdade e que não fiz ainda nem 1/3!

Outro dia, eu dizia que tinha vontade de almoçar no R.U. ! Pode ser besteira, mas, deve ser meio sem graça sair da universidade sem enfrentar aquela fila e experimentar a [famosa] comida do R.U!

Pois bem... Hoje, segunda-feira, Igor e Sra. Jhô me entregaram o carnê de pagamento das mensalidades da formatura. “Meu deus do céu, isso tá perto de chegar ao fim mesmo!”.


A única colação de grau que eu participei foi quando sai da alfabetização. Não fiz a do ensino fundamental e nem a do médio. Não me perguntem o porquê, eu sei que sempre fui movida por vários grandes motivos, mas o único que lembro era que eu simplesmente não tinha vontade de participar dessas festas.

Mas agora eu tenho vontade sim. Estou ansiosa até. Não vejo a hora de colocar aquela roupinha, estender o braço à frente, fazer o tal do juramento e dançar valsa depois disso. Aliás, ainda é assim?

Acho que nesse dia, vou ficar muito feliz, quem sabe até chore um bucadinho. E nem vai ser de tanto rir, vai ser disso também, mas, principalmente, de emoção mesmo.

E quanto ao R.U., eu posso não ter almoçado lá, mas tenho a chance diária de, depois da aula, ir com o pessoal jantar na burgmania ou no árabe (kafka ou kafta?); já toquei no palquinho do DCE; já atravessei os [longos] varadouros da ufaclândia só com a iluminação da lanterninha de celular; e fiz outras coisinhas mais que são privilégios somente dos que fazem cursos noturnos! Muáháháh!

Além disso, [olha eu me gabando] eu já almocei no R.U da UnB, numa mesa cheia de acreano! Tudo bem que eu paguei um preço umas sete vezes mais caro do que o PF do RU da Ufac... mas... acho que deve ser alguma coisa né?!

*

sábado, 27 de outubro de 2007

Verbo chamado Tempo

A regra de aprender. O jogo de gostar. A lei de fingir – Que máquina é essa?

Eu tento me livrar dos meio-termos. Estou feliz. Mas sem acreditar. Ou acredito, ou me desfaço.
Dou-me as opções e as oportunidades de fechar o balanço das cores, não dos filmes que não assisti, nem do conhecimento que nunca sairá da ‘estante’ – que, por muito tempo além de um instante, brinquei de ser minha, completamente minha.

Nas teclas de ouro, quando o sol nos tirava a paciência da madeira, e tudo era tão verde e [mas] recheado de trilhas monocromáticas, dum enredo que se passa no sofá da sala que não tem língua - bem diferente daquele de dentro da TV.

Eu quero mensagens subliminares sim, dos fios que cortei sem medir e descontar o preço. É que, no mínimo, eu me divirto. Foi assim sempre. Mas sempre, também, nossas canções continuarão sendo somente as nossas canções. E se eu lembrar, não significa que esqueci por algum momento.

Não sei se ainda quero a cinza caixinha de sapato que deveria guardar amores. Vazia, ela nem chora. Os mimos existiram. E continuam a existir, independente dela. Ou delas. Ou do gasto das nossas canções, dos nossos jeitos, dos nossos verbos.
de tempo.
que não se conjuga(m).

sábado, 20 de outubro de 2007

Roque

Éssa é a minha banda. Ela se chama Blush Azul.

Investimos num trabalho autoral, e seguimos um estilo que chamamos - embora com muita dificuldade - de 'alternativo', com influências que vão de Ac/Dc à Blitz, passando por Los Hermanos (e Porongas também), até Pato Fu.

Recentemente gravamos a nossa segunda demo. Dessa vez, com as músicas "Amargo Perfume" e "Abraços de Monstros Caídos".

Nesse sábado (20), a gente toca no Festival Varadouro, no Estacionamento do Arena da Floresta.

Vejo vocês lá!
T+

domingo, 14 de outubro de 2007

sobre a língua dos loucos

Queria mesmo entender a língua daqueles loucos. Os boleros ainda tocam, vivos, em algum lugar. Tirei o quadro azul da parede. Não gosto de histórias ‘PB’. Gosto sim, em certas ocasiões. Mas resolvi impor limite. Ao lado da cama, uma cadeira de ferro vermelho sustenta uma pilha de livros que vagam entre sala e quarto na esperança de que, a qualquer momento, possam ser lidos.

Porque se sentir substituído é mais difícil e quase inaceitável. Eu escuto, de longe, as risadas. Embora portas e janelas estejam fechadas. Às vezes as nossas virtudes nos traem. E por tantas vezes a satisfação foi esbanjada. Inocência triste essa. Caminhei só e não me importei com a poeira entrando no sapato. Era preto, fiz um trato com a natureza e ela me deu um marrom.

Me esforço para experimentar a língua que me inveja. Para não deixar sons distantes apagarem tonalidades dos dias em que decido comandar o que devo sentir ou, deixar-me escutar e colocar toda a culpa nos desejos – inocentes, ou não, tristes, ou não. Que venha mais poeira. E que, da próxima vez, a natureza não me roube só os sapatos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Orgias

Ela reclamava que alguém havia jogado uma garrafa em frente a sua casa. E xingava. Xingava mesmo. A mulher tava braba. No quintal, uma criança perguntava onde aquela senhora ia reclamando tanto. Pegando a garrafa no chão e indo jogá-la no lixo, respondeu: “oooo minina, deixa di sê xata! Toma o teu rumo!!”.
A criança, apenas disse: “então tá, é preu tomar meu rumo, então vou tomar...”, olhando para escola e com jeito compreensivo, enquanto abria um guarda-chuva para se proteger do sol.

Às vezes tenho a impressão de que estou publicando e escrevendo textos repetidos (acho que já escrevi isso antes). Me deixa até feliz, me trás a sensação de coerência e unidade. E penso que consigo me enganar... Ou será que é só um deja vu? 'Deja vu de texto', pra mim, essa é nova.

Todo mundo tem um motivo pelo qual precisa dum médico. Eu nem sou assim. Eu preciso apenas dum blog.

Outro dia, lembrei que, diante de seis olhares masculinos e de um capuccino gelado, eu revelara que ainda estava na mesma, lendo Clarisse Lispector e Luis Fernando Veríssimo. Nem me senti reprimida. É que as Orgias de Luis são cor-de-rosa.

domingo, 7 de outubro de 2007

O Vento

Posso ouvir o vento passar
Assistir a onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver

Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar

Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?
...
Vou pensar

Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber?
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer
Isso eu vi, o vento leva!

Não sei, mas sinto que é como sonhar
Que o esforço pra lembrar
É vontade de esquecer
E isso por quê?
(diz mais)

Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro, meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez
se tem que durar
Vem renascido o amor
bento de lágrimas.

Um século, três
Se as vidas atrás
São parte de nós
E como será?

O vento vai dizer lento que virá
E se chover demais
A gente vai saber,
Claro de um trovão,
Se alguém depois sorrir em paz
(Só de encontrar...)

(Marcelo Camelo - Los Hermanos)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Cultura.RB


Reflexões sobre cultura.

Lá eu estou (quase que) integralmente.

em (quase) todos os aspectos.

/me Assessoria de Comunicação / FGB

Visitem!!!!!!!!!

=)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Hoje

Numa mão, um copo de café. Na outra, uma pasta preta com livros de direito e de autores que nunca vou aprender a pronunciar. A primeira frase é: "E aí meu?!", seguida de um convite para tomar café. Eu recusarei questionando: "Esqueceu que eu não tomo café?".

Isso é só pra manter o costume. Vou reparar no cabelo bagunçado, no sorriso discreto, na camisa de botão e nos pés... bem, quanto ao calçado eu realmente não sei. Mas se for allstar eu direi: "tu tá usando allstar!". E lembrarei da história da chefe ter pedido pra ele utilizar um sapato mais 'adequado'. Ficarei tranquila: "Continuamos os mesmos".

Ele perguntará que tipo de jornalista quero ser (como pode uma jornalista não tomar café?!) E eu direi que serei jornalista da nova geração... e iniciaremos uma discussão meio sem motivo.

E então, a gente vai combinar um almoço que vai demorar pelo menos um ano pra ser realizado. Isso é, se a gente conseguir decidir pelo menos se vamos fazer o 'programa de sempre' ou se fazemos algo novo.

Uma das minhas amizades mais antigas e que mais estão presentes no meu presente (embora seja ausente também). Deu pra entender? É meio que 'gostar pra caralho' e odiar ao mesmo tempo.

O fato é que hoje é dia de aniversário. Não vou ligar nem mandar e-mail. Será que o post vai comover? Será que assim eu ganho um comentário teu aqui?